Resenha: Memória da água

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Uma distopia repleta de consequências causadas pelas gerações atuais



Título: Memória da água
Autora: Emmi Itäranta 
Editora: Galera Record
Páginas: 286 
Sinopse: "Num futuro distante, depois de muitas guerras, a Europa foi dominada pela China, e o bem mais precioso dos tempos antigos se tornou tão escasso quanto a liberdade. A água passou a ser controlada e distribuída em cotas pelos militares. Noria é filha de um mestre do chá, uma profissão muito antiga que tem conhecimento sobre a localização das nascentes de água. Ela está sendo treinada para substituir o pai, e dentre todos os ensinamentos, ele revela à filha seu maior segredo: uma fonte natural escondida que fornece água para a família. Desamparada em um mundo destruído, ela começa a questionar o significado de tamanho privilégio. Guardar esse segredo é negar ajuda ao restante de população, e ajudá-los é colocar em risco a própria vida: os militares punem severamente quem for descoberto desfrutando de alguma fonte ilegal de água. Como o pai a ensinou, é preciso ter sabedoria para compreender o verdadeiro poder da água. Mas Noria também aprendeu que a sabedoria representa, acima de tudo, o poder de decidir seu próprio destino, a escolha entre lutar e se entregar."

"... mas a água não se importa com os pesares humanos."

Memória da água é uma distopia, que se passa num futuro onde a China domina toda a Europa, depois de um turbilhão de guerras e escolhas erradas vindas dos próprios humanos. Nesse mundo criado por Emmi, a água é escassa juntamente com todos os outros recursos naturais, possuir água para coisas simples, como sobreviver, é uma dádiva.
A personagem principal é a Noria, ela é filha de um mestre do chá, e por conta disto tem o compromisso de aprender tudo sobre está profissão, para assim, dar continuidade a linhagem de mestres da família. Que por sua vez, possuí um grande segredo que faz com que Noria se questione o tempo todo.

"A cerimônia termina quando a água acaba"

É difícil descrever este livro por palavras, e isto não se deve a um ponto positivo. O livro não é ruim, a ideia principal também não é, mas a autora se perdeu no meio da escrita e fez com que a trama se torna nada mais do que acontecimentos repetitivos, que basicamente iam de pensamentos da personagem principal sobre os mesmos fatos, durante todo o livro. Como citei anteriormente, ela se questiona o livro INTEIRO. E isto a certo ponto da leitura, faz com que a história se torne chata, apesar de não clichê.

"Somos filhos da água, e a água é amiga próxima da morte. Não da para separá-las, porque somos feitos de versatilidade da água e da opressão da morte. Elas estão sempre juntas, no mundo e dentro de nós mesmos. E um dia a água secará."

A escrita é boa, não se pode negar, mas não te envolve você lê só para ver se no final vai realmente acontecer algo, mas não acontece, quando iria acontecer algo no livro, ele acaba dando a ideia de que quem sabe um dia aconteça. O final sem dúvidas é revoltante, a autora quis tanto fugir de padrões que fez um livro sem meio e fim, um livro apenas de introdução numa história que nunca decorreu. 

"Um único grão de areia é a mudança em todos os contornos do universo: mude uma coisa e você estará mudando tudo."

O futuro criado pela autora é o do planeta em que vivemos daqui uns anos, o alerta dado por ela, e a importância do tema escrito, são os únicos motivos deu ter considerado um pouco a obra. Então, façamos o que Noria pediu ao longo do livro, após visualizarmos um oceano ou apenas a água que jorra em nossas casas, vamos ter consciência de que nossos futuros parentes, não a terão, e de que muitas pessoas, atualmente já sofrem com a falta deste recurso, vamos fazer escolhas diferentes, a mudança SEMPRE começa por nós.

"Porque se isso aqui for o fim de tudo, a única forma de deixar uma marca de sua vida é tentando fazer a diferença."

 E por último, a capa, diagramação e a tradução, estão impecáveis. 

Espero que tenham gostado da resenha, já leram Memória da água?

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